segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Psicologia e Fertilização in Vitro - Um apoio essencial. – Publicado em 04/05/2016



Oi Leitores e leitoras.

Vou falar neste post um pouco sobre a conversa que tive ontem na clínica com a psicóloga.
O tratamento oferecido pela Fecondare conta com esse apoio psicológico, o que eu considero essencial.
Eu e meu marido já fazemos terapia de casal a dois meses, por conta da frustração de não conseguir engravidar e também por sentirmos necessidade de fazer uma "faxina emocional" no nosso relacionamento. Resolver problemas, traumas e mágoas, tanto do casal como individualmente.
Temos sessões em casal e individuais conforme a necessidade, que é detectada tanto pela psicóloga quanto por nós mesmos. Mas esse atendimento fomos nós que procuramos.
Ontem, a conversa foi com a psicóloga da clínica mesmo. Ela me perguntou se estamos confiantes e repassou todo o processo comigo, perguntando como eu me sentia com cada passo do processo.
Existem muitas questões emocionais e éticas envolvidas no processo, e por isso é tão importante um acompanhamento psicológico e que o processo esteja bem claro para que o casal possa tomar decisões importantes.
Primeiramente falamos sobre o tempo em que tentamos engravidar de maneira natural. Contei a ela como era frustrante, como isso refletiu no nosso relacionamento, e como me sinto hoje em relação a essa tentativa de FIV. Quando tentávamos naturalmente e não dava certo, todo mês era uma tristeza muito grande para nós dois. A menstruação atrasava semanas (sintoma da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)), fazíamos o teste para em 5 minutos ter nossas esperanças despedaçadas. Eu chorava muito, e quando a menstruação terminava recuperava toda a fé. As relações sexuais foram ficando menos prazerosas, pois eram cheias de expectativas. E no fim do mês, tudo voltava a desmoronar.
Depois de 2 anos e 6 meses de decepção chegamos à conclusão que precisamos de ajuda e que isso não é nem vergonhoso nem "o fim da picada". Não devemos nos sentir inúteis ou incapazes. Coloquei na cabeça o que os médicos sempre me disseram: eu tenho a SOP, ele tem baixa motilidade dos espermatozoides (quando os espermatozoides não se movem como o esperado, ou seja, estão vivos mas não avançam), e isso não é infertilidade. Um dia desses um óvulo saudável se encontra com um espermatozoide saudável e pronto! Mas isso pode levar um tempo. E esse tempo nós não queremos mais esperar. Se queremos ser pais agora, temos que tentar todas as possibilidades, incluindo a FIV.
Ouvi relatos de casais que não tem espermatozoides, que não tem óvulos, que o útero não tem as condições necessárias para a gravidez seguir adiante, que tem outros problemas como a endometriose (células do endométrio que se multiplicam) ou varicocele (presença de muitos vasos sanguíneos no saco escrotal, o que aumenta a temperatura e diminui ou impede a fabricação dos espermatozoides), que precisam de cirurgias. No nosso caso, só precisamos juntar as peças e pronto!
Com relação ao medo de o procedimento não ter sucesso: eu estabeleci o fim do tratamento, quando eu estiver grávida. Se eu for fazer a primeira punção e não tiver óvulos, se os embriões não forem satisfatórios, se nenhum embrião se fixar... nada disso é o fim. Agente tenta outra vez, até ter o nosso bebê.
Discutimos também a questão de o que fazer com os embriões que sobrarem deste processo. Doar? Congelar? Ou descartar? Na minha opinião congelamos os embriões até termos a gravidez. Depois disso poderíamos doar ou congelar. Mas essa decisão deve ser tomada pelo casal. Eu e meu marido ainda não conversamos sobre isso, mas no momento em que formos assinar e preencher os contratos da clínica teremos que conversar e decidir. Depois disso, se mudarmos de ideia, em alguns casos podemos mudar o destino dos embriões. Sobre isso incidem questões éticas e religiosas, então sempre discuta com seu parceiro e/ou familiares o que fazer.
Falamos sobre como o tratamento é invasivo para a mulher. Precisamos estar bem dispostas para aceitar todos os passos desse processo. As agulhadinhas diárias, os efeitos colaterais que podem aparecer, a punção dos óvulos, que é feita com sedação, a transferência dos óvulos, as ausências do trabalho por conta dos exames. Tudo isso exige sempre mais da mulher do que do homem.
No meu caso, tenho tido muito apoio do meu marido, que tem cuidado de mim com muito carinho, e tenho conseguido evitar os atestados e as ausências, pois tenho as tardes livres. E graças a Deus não tenho tido efeitos colaterais mais graves que uma pequena dor de cabeça que passa com um paracetamol.
A psicóloga foi muito didática, me mostrando todos os instrumentos usados em cada parte do tratamento e fotos e desenhos de como são os óvulos e espermatozoides que precisamos, e como são os que não podemos usar. Me mostrou fotos de embriões perfeitos e de embriões que não podem ser implantados por ter problemas diversos. Isso foi importante para mim, pois, como eu disse a ela, eu gosto muito de ter uma imagem ou uma palavra em que eu possa me concentrar para ter pensamento positivo.
O pensamento positivo é o tipo de coisa que pode até não funcionar (não é comprovado que pensando positivo as coisas corram bem kkk), porém mal não faz! Pelo contrário. Acho que o pensamento positivo te faz se sentir mais segura, mais confiante e menos ansiosa. Ansiedade comprovadamente prejudica tudo. Então, como vi imagens de óvulos lindos e perfeitos, embriões saudáveis, é isso que eu vou guardar na memória. É isso que eu vou pedir ao Papai do céu.
Por fim, saí do consultório mais leve, menos ansiosa e com muitas dúvidas a menos. Saí feliz, sabendo que as chances estão a nosso favor, e que o que Deus quiser. será.


Abraços.


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