Oi gente!
Como falei no post anterior, resolvi fazer um paralelo entre as minhas
duas gestações: a primeira em 2004 e a segunda em 2016!
Resolvi dividir em trimestres, pois os sintomas e até mesmo alguns
aspectos relevantes mudam conforme o avançar da gravidez. Ainda não sei, por
exemplo como será o parto, nem como vou me sentir nos últimos meses. Portanto o
paralelo do primeiro trimestre é um pouco maior do que os outros dois que
farei. Nele eu abordo aspectos como Emocional e Físico e também falo sobre como
a tecnologia mudou a maneira de passar por esses nove meses.
Enquanto escrevia e pensava em uma maneira clara e objetiva de fazer
esse comparativo, tive a idéia de fazer um quadro. Fica mais fácil de entender
essa viagem no tempo, para onze anos atrás, quando tive meu primeiro milagre, a
minha menina linda! Minha boneca é uma mocinha e agora vamos juntas ter nosso
pequeno menino para cuidar, numa era tecnológica e cheia de informação de todos
os lados.
Espero que gostem, e qualquer dúvida fiquem a vontade nos comentários.
DIFERENÇAS DAS GESTAÇÕES – PRIMEIRO TRIMESTRE
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2004
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2016
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ULTRASSOM
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Fiz
apenas 4 durante toda a gestação. O primeiro já foi via abdominal com 14
semanas. Os equipamentos eram bem limitados, com apenas a tela do médico, bem
pequena e de tubo. Foi difícil determinar o sexo do bebê. Só soube que era
uma menina no 7º mês. Antes disso não tinha nem pista do sexo. Poucas medidas
eram possível e algumas síndromes ainda nem eram detectáveis.
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Neste
primeiro trimestre já fiz 5 exames de ultrassom. O primeiro com 6 semanas,
ainda não dava pra ver o embrião. Os equipamentos são tão modernos que até
esquentam o gel !! Kkk. Agora tem uma tela pro médico e uma TV para a
paciente e acompanhantes. Os 4 primeiros exames foram via transvaginal. Com
12 semanas já detectamos o sexo e foram feitas medidas muito precisas para
detecção de diversas síndromes. Até os dedinhos das mãos e dos pés foi
possível contar.
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EMOCIONAL
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Eu
estava bem tranquila. Não sentia medo de perder o bebê. Eu até me esquecia de
que estava grávida. Estudava muito na faculdade e acho que isso tirou meu
foco da gravidez. Eu queria um menino, pois tinha experiência com meu irmão
mais novo. Me preocupava somente com o parto e pesquisava muito sobre isso.
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Desde o
início me preocupei excessivamente em manter a gravidez. Sentia muito medo de
perder o bebê e realmente os riscos que corri com o descolamento de placenta
me tiraram o chão. Não entrei em depressão por pouco.
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FINANCEIRO
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Nós não
tínhamos dinheiro suficiente, com certeza. Eu era estudante e não tinha
emprego. Fazia bicos como cantora nos finais de semana para pagar as contas.
Comprei poucas roupas e quase nada de enxoval. Ganhei tudo o que precisava
para mim e para o bebê. Minha família e meus amigos foram importantes neste
momento. Não tinha dinheiro para me alimentar bem e nem pra comer as coisas
que tinha vontade ou desejo. Pegava ônibus todos os dias para ir pra
faculdade.
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Sou
funcionária publica, o que me dá certa estabilidade financeira. O papai
também tem uma profissão segura. Posso comprar as roupas que precisar e desta
vez o enxoval vai ser por minha conta, o que me deixa muito feliz, pois vou
poder escolher o que eu quiser para meu bebê. Graças a Deus não me falta nem
conforto nem alimentação. Tenho meu carro para ir ao trabalho todos os dias e
posso comer bem e também comprar aquelas comidinhas que dá vontade.
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INFORMACIONAL
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Eu lia
muitos livros sobre gestação e bebês na biblioteca pública e da faculdade.
Acredito que o que se sabia na época sobre o assunto eu pude ler.
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Com a
internet, fico sabendo de coisas novas da medicina nesta área. Me aprofundei
muito nas informações desde a concepção até o nascimento, passando pela
fertilização in vitro.
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PRÉ-NATAL
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Fiz
todo no posto de saúde com enfermeiras e alguns médicos da família. Fiz fisioterapia
para fortalecer o períneo e recebia as vitaminas pelo SUS.
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Faço
com meu obstetra pelo convênio numa maternidade particular.
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INTERCORRÊNCIAS
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Nenhuma.
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Descolamento
de placenta ou Hematoma subcoriônico com 9 semanas. (30 dias em repouso).
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TECNOLÓGICO
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A
internet era discada, então eu só usava na faculdade e para estudar mesmo.
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Com o
surgimento do smartphone tenho update diário sobre a gravidez em vários
aplicativos. Além disso, no faceboock e na internet de um modo geral posso
compartilhar e receber informações diversas sobre a gestação.
Tenho
um monitor fetal portátil em casa que até mostra os bpms do coração do bebê.
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COMO
DESCOBRI A GRAVIDEZ
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Com
aproximadamente 10 semanas eu senti muitos enjoos e dores de estômago. Com a
SOP minha menstruação estava sempre atrasada. Só descobri por que fui
procurar o médico por conta dos enjoos. Aproveitei pra fazer um preventivo e
a ginecologista confirmou a gravidez apalpando o colo mesmo! Já tinha dois
anos que tentávamos engravidar de maneira natural.
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Iniciamos
a FIV em maio. No dia 13 de junho foi feita a TEC. Seis dias depois eu
comecei a fazer exames de urina diariamente e desde esse dia já tive um
positivo bem clarinho. No D9 deu positivo claramente e eu fui fazer o exame
de sangue! Positivooo!!!!!
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FÍSICO
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Eu
tinha 18 anos. Estava no meu peso ideal (58 quilos) e com a saúde em dia.
Tinha energia para cuidar da casa, cozinhar, estudar, cantar nos finais de
semana, fazer fisioterapia 2x por semana e caminha muito diariamente.
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Aos 30
anos a coisa muda de figura. Quando iniciei a FIV já estava com 70 quilos.
Saúde relativamente em dia. Me sinto mais cansada e tive mais enjoos do que
da primeira gravidez. Tenho energia para trabalhar e fazer hidroginástica,
mas me esforço muito para dar conta de cozinhar e cuidar da casa.
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APOIO
DO PARCEIRO
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Me
sentia segura e bem amparada pelo meu parceiro. Apesar de ter interpretado na
época que a gravidez era uma coisa só minha. Por falta de planejamento e de
dinheiro, nosso relacionamento começou a desandar já nesta fase, uma vez que
minhas demandas mudaram e eu já não atendia às dele.
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Me
sinto totalmente segura e amada. Com a infertilidade nosso relacionamento se
desgastou, mas com terapia tudo ficou ainda melhor do que no início do
namoro. Estamos unidos e é algo além de suprir minhas necessidades de
gestante. Sinto que ele é grato por eu estar dando a ele a chance de ser pai,
estando disposta a um tratamento doloroso e a uma gestação complicada para
realizar nosso sonho. Me sinto valorizada e tenho mais consciência de que
devo mudar o mínimo possível com ele, e lembrar de atender as
demandas dele também. Estamos os dois “grávidos” e nos preparando em todos os
aspectos para uma mudança radical em nossas rotinas, buscando manter o amor e
a cumplicidade.
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ESPIRITUAL
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Devo confessar
que não tinha noção do milagre que Deus operou me dando a dádiva de ser mãe.
Mesmo com dois anos de espera, avalio que não valorizava tanto assim ter
conseguido engravidar. Pensava que os médicos é que não sabiam de nada, e que
era só esperar mesmo que a gravidez vinha. Não tratava a SOP e nem acreditava
que ela seria empecilho.
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Hoje
compreendo como é Deus, e só Ele o responsável pelo milagre da vida. Depois
de conhecer diversos casos de FIVs que tinham tudo para dar certo e não
deram, sinto que Deus realmente me tocou e me deu esse milagre. Hoje
compreendo como a SOP atrapalha demais para engravidar e conheço melhor as
limitações do aparelho reprodutor masculino. Esse conhecimento me levou à
fonte única de tudo, da vida: Jesus. Me sinto mais ligada a Deus, frequento
mais a igreja, rezo mais e agradeço todos os dias por esse milagre.
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