terça-feira, 8 de novembro de 2016

DIFERENÇAS DAS GESTAÇÕES – PRIMEIRO TRIMESTRE - O que mudou de 2004 para hoje no meu mundo de gestante. – Publicado em 06/10/2016



Oi gente!
Como falei no post anterior, resolvi fazer um paralelo entre as minhas duas gestações: a primeira em 2004 e a segunda em 2016!
Resolvi dividir em trimestres, pois os sintomas e até mesmo alguns aspectos relevantes mudam conforme o avançar da gravidez. Ainda não sei, por exemplo como será o parto, nem como vou me sentir nos últimos meses. Portanto o paralelo do primeiro trimestre é um pouco maior do que os outros dois que farei. Nele eu abordo aspectos como Emocional e Físico e também falo sobre como a tecnologia mudou a maneira de passar por esses nove meses.
Enquanto escrevia e pensava em uma maneira clara e objetiva de fazer esse comparativo, tive a idéia de fazer um quadro. Fica mais fácil de entender essa viagem no tempo, para onze anos atrás, quando tive meu primeiro milagre, a minha menina linda! Minha boneca é uma mocinha e agora vamos juntas ter nosso pequeno menino para cuidar, numa era tecnológica e cheia de informação de todos os lados.
Espero que gostem, e qualquer dúvida fiquem a vontade nos comentários.

DIFERENÇAS DAS GESTAÇÕES – PRIMEIRO TRIMESTRE
2004
2016
ULTRASSOM
Fiz apenas 4 durante toda a gestação. O primeiro já foi via abdominal com 14 semanas. Os equipamentos eram bem limitados, com apenas a tela do médico, bem pequena e de tubo. Foi difícil determinar o sexo do bebê. Só soube que era uma menina no 7º mês. Antes disso não tinha nem pista do sexo. Poucas medidas eram possível e algumas síndromes ainda nem eram detectáveis.
Neste primeiro trimestre já fiz 5 exames de ultrassom. O primeiro com 6 semanas, ainda não dava pra ver o embrião. Os equipamentos são tão modernos que até esquentam o gel !! Kkk. Agora tem uma tela pro médico e uma TV para a paciente e acompanhantes. Os 4 primeiros exames foram via transvaginal. Com 12 semanas já detectamos o sexo e foram feitas medidas muito precisas para detecção de diversas síndromes. Até os dedinhos das mãos e dos pés foi possível contar.
EMOCIONAL
Eu estava bem tranquila. Não sentia medo de perder o bebê. Eu até me esquecia de que estava grávida. Estudava muito na faculdade e acho que isso tirou meu foco da gravidez. Eu queria um menino, pois tinha experiência com meu irmão mais novo. Me preocupava somente com o parto e pesquisava muito sobre isso.
Desde o início me preocupei excessivamente em manter a gravidez. Sentia muito medo de perder o bebê e realmente os riscos que corri com o descolamento de placenta me tiraram o chão. Não entrei em depressão por pouco. 
FINANCEIRO
Nós não tínhamos dinheiro suficiente, com certeza. Eu era estudante e não tinha emprego. Fazia bicos como cantora nos finais de semana para pagar as contas. Comprei poucas roupas e quase nada de enxoval. Ganhei tudo o que precisava para mim e para o bebê. Minha família e meus amigos foram importantes neste momento. Não tinha dinheiro para me alimentar bem e nem pra comer as coisas que tinha vontade ou desejo. Pegava ônibus todos os dias para ir pra faculdade.
Sou funcionária publica, o que me dá certa estabilidade financeira. O papai também tem uma profissão segura. Posso comprar as roupas que precisar e desta vez o enxoval vai ser por minha conta, o que me deixa muito feliz, pois vou poder escolher o que eu quiser para meu bebê. Graças a Deus não me falta nem conforto nem alimentação. Tenho meu carro para ir ao trabalho todos os dias e posso comer bem e também comprar aquelas comidinhas que dá vontade.
INFORMACIONAL
Eu lia muitos livros sobre gestação e bebês na biblioteca pública e da faculdade. Acredito que o que se sabia na época sobre o assunto eu pude ler.
Com a internet, fico sabendo de coisas novas da medicina nesta área. Me aprofundei muito nas informações desde a concepção até o nascimento, passando pela fertilização in vitro.
PRÉ-NATAL
Fiz todo no posto de saúde com enfermeiras e alguns médicos da família. Fiz fisioterapia para fortalecer o períneo e recebia as vitaminas   pelo SUS.
Faço com meu obstetra pelo convênio numa maternidade particular. 
INTERCORRÊNCIAS
Nenhuma.
Descolamento de placenta ou Hematoma subcoriônico com 9 semanas. (30 dias em repouso).
TECNOLÓGICO
A internet era discada, então eu só usava na faculdade e para estudar mesmo.
Com o surgimento do smartphone tenho update diário sobre a gravidez em vários aplicativos. Além disso, no faceboock e na internet de um modo geral posso compartilhar e receber informações diversas sobre a gestação. 
Tenho um monitor fetal portátil em casa que até mostra os bpms do coração do bebê.
COMO DESCOBRI A GRAVIDEZ
Com aproximadamente 10 semanas eu senti muitos enjoos e dores de estômago. Com a SOP minha menstruação estava sempre atrasada. Só descobri por que fui procurar o médico por conta dos enjoos. Aproveitei pra fazer um preventivo e a ginecologista confirmou a gravidez apalpando o colo mesmo! Já tinha dois anos que tentávamos engravidar de maneira natural.
Iniciamos a FIV em maio. No dia 13 de junho foi feita a TEC. Seis dias depois eu comecei a fazer exames de urina diariamente e desde esse dia já tive um positivo bem clarinho. No D9 deu positivo claramente e eu fui fazer o exame de sangue! Positivooo!!!!!
FÍSICO
Eu tinha 18 anos. Estava no meu peso ideal (58 quilos) e com a saúde em dia. Tinha energia para cuidar da casa, cozinhar, estudar, cantar nos finais de semana, fazer fisioterapia 2x por semana e caminha muito diariamente.
Aos 30 anos a coisa muda de figura. Quando iniciei a FIV já estava com 70 quilos. Saúde relativamente em dia. Me sinto mais cansada e tive mais enjoos do que da primeira gravidez. Tenho energia para trabalhar e fazer hidroginástica, mas me esforço muito para dar conta de cozinhar e cuidar da casa.
APOIO DO PARCEIRO
Me sentia segura e bem amparada pelo meu parceiro. Apesar de ter interpretado na época que a gravidez era uma coisa só minha. Por falta de planejamento e de dinheiro, nosso relacionamento começou a desandar já nesta fase, uma vez que minhas demandas mudaram e eu já não atendia às dele.
Me sinto totalmente segura e amada. Com a infertilidade nosso relacionamento se desgastou, mas com terapia tudo ficou ainda melhor do que no início do namoro. Estamos unidos e é algo além de suprir minhas necessidades de gestante. Sinto que ele é grato por eu estar dando a ele a chance de ser pai, estando disposta a um tratamento doloroso e a uma gestação complicada para realizar nosso sonho. Me sinto valorizada e tenho mais consciência de que devo mudar o mínimo possível com ele, e lembrar de atender   as demandas dele também. Estamos os dois “grávidos” e nos preparando em todos os aspectos para uma mudança radical em nossas rotinas, buscando manter o amor e a cumplicidade.
ESPIRITUAL
Devo confessar que não tinha noção do milagre que Deus operou me dando a dádiva de ser mãe. Mesmo com dois anos de espera, avalio que não valorizava tanto assim ter conseguido engravidar. Pensava que os médicos é que não sabiam de nada, e que era só esperar mesmo que a gravidez vinha. Não tratava a SOP e nem acreditava que ela seria empecilho. 
Hoje compreendo como é Deus, e só Ele o responsável pelo milagre da vida. Depois de conhecer diversos casos de FIVs que tinham tudo para dar certo e não deram, sinto que Deus realmente me tocou e me deu esse milagre. Hoje compreendo como a SOP atrapalha demais para engravidar e conheço melhor as limitações do aparelho reprodutor masculino. Esse conhecimento me levou à fonte única de tudo, da vida: Jesus. Me sinto mais ligada a Deus, frequento mais a igreja, rezo mais e agradeço todos os dias por esse milagre.


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